Música

Desvendando a História da Música: Da Era do Silêncio até a Overdose Sonora

Versão texto do vídeo no Youtube https://youtu.be/VX_lP00neWI

Desvende a incrível conexão entre a memória, a escrita e a tecnologia na história da música! Neste vídeo fascinante, vamos explorar como a música evoluiu ao longo do tempo graças à nossa capacidade de lembrar e reproduzir sons, à invenção da escrita musical e ao avanço tecnológico que nos permitiu apreciar e compartilhar música como nunca antes. Não perca essa jornada pela história da música!

A música existe há pelo menos 35 mil anos, e desde então, a forma de tocá-la e compartilhá-la tem evoluído muito. Nos primórdios da música, a única opção era tocar ao vivo, e isso continuou sendo a norma por muito tempo. Na verdade, durante toda a história da humanidade, sempre houve um estúdio de gravação disponível: a memória. Na mitologia grega, as musas eram as filhas de Mnemósine, a deusa da Memória, com Zeus. Para aprender uma música, era preciso ouvi-la muitas vezes, o que levava à criação de músicas simples que eram fáceis de memorizar. Depois, era preciso identificar as notas de ouvido e tentar reproduzir o que se ouvia, com o compositor do lado para garantir que você estava aprendendo corretamente. Era preciso torcer para que o próprio compositor ainda se lembrasse da música, pois se ele esquecesse, a música seria perdida para sempre. Se hoje há o risco de ter uma música plagiada, antigamente o risco era oposto: era você não conseguir tocar sua própria música por esquecimento.

Durante a execução da música, o público provavelmente não perceberia uma nota diferente da original. Afinal, a maioria dos ouvintes nunca tinha ouvido a música antes ou não a lembraria melhor do que a pessoa que está executando. Lembre-se: o público sempre estava ouvindo música ao vivo e a cores. Além disso, a música não era ouvida da mesma forma que ouvimos hoje, com a intencionalidade de hoje. O foco do público não era a música em si. Mas vamos falar mais tarde sobre a relação entre a música e o ouvinte. Não se preocupe, não vou esquecer disso.

Ainda falando sobre a memória, experimente deixar sua banda favorita sem ensaiar ou, pior ainda, sem ouvir suas próprias músicas por um longo período de tempo. Nunca mais ela poderá tocar ao vivo sem antes ouvir e aprender novamente o que criou, para que tudo possa ser, no mínimo, audível (afinal, seus fãs ouvem tais músicas repetidamente e conhecem cada detalhe).

Você já fez uma redação na vida, certo? Se eu pedisse para você recitar palavra por palavra agora, você conseguiria? Provavelmente não. Então, precisa ler várias vezes novamente e praticar, não é? A memória é assim mesmo. E é por isso que os artistas geralmente não gravam seus shows no início da turnê. Eles vão internalizando as músicas e as aprimorando ao longo dos shows anteriores.

Nossa memória é uma coisa incrível, não é mesmo? Você já parou para pensar em como somos capazes de reter informações e lembrar de coisas que aconteceram anos atrás? Mas será que isso é sempre necessário? O autor George Martin, por exemplo, não precisa decorar palavra por palavra de seus livros com mais de 800 páginas. E quem pode culpá-lo? Afinal, nem sempre precisamos memorizar tudo.

No entanto, nem sempre foi assim. Antes da escrita, muitas histórias eram transmitidas oralmente e memorizadas pelos contadores de histórias. Imagine o trabalho que era lembrar de todos os detalhes de um épico como a Ilíada ou a Odisseia? Era preciso muita habilidade e dedicação para manter essas histórias vivas.

Nós lemos estes dois épicos como poesia, mas eram poesias cantadas, ou seja, eram, também, músicas enormes. Quantas canções incríveis foram perdidas para sempre porque os artistas não tinham um gravador ou papel à mão para registrar suas ideias? Apenas graças ao esforço de músicos como Herbert Vianna, líder dos Paralamas do Sucesso, é que podemos apreciar pérolas como "Lanterna dos Afogados". Ele precisou correr para o restaurante e pedir papel e caneta antes mesmo de olhar o cardápio, pois a ideia já estava escapando de sua mente.

Assim como a música de Herbert, a memória é algo precioso e valioso. Mas às vezes, é preciso deixar as coisas fluírem naturalmente, sem nos preocuparmos em decorar tudo. Afinal, é impossível lembrar de tudo.

A música é uma arte que evoluiu significativamente ao longo da história, e nossa dependência exclusiva da memória para compor e executar música no passado era um grande limitador para a criação de melodias complexas e técnicas elaboradas. Porém, mesmo com essas limitações, a música continuou a ser uma parte importante da vida humana, principalmente para culto religioso.

O processo de compor e executar música era tão difícil que ouvir uma música era considerado um evento raro e escasso. A menos que você tivesse um músico em casa, você simplesmente não tinha música na sua casa. Aprender a tocar um instrumento e ter acesso à música não era uma tarefa fácil naquele estágio da história, o que colocava o silêncio em posição de destaque. A música era, em sua maioria, rudimentar e escassa, limitada ao papel acessório que desempenhava nos cultos religiosos. Seu propósito era simplesmente destacar os versos sagrados, sem a possibilidade de ter algum protagonismo, mesmo que quisesse.

Com a evolução natural da música, que é um tema que vamos abordar alguns pontos neste episódio, ela começou a se destacar e isso, como acontece com tudo que tem mais de 30 mil anos, gerou um grande estranhamento. Essa mudança provocou resistência por parte de alguns grupos e culturas, como acontece sempre que há uma quebra de paradigmas.

É importante lembrar que é comum que pessoas contemporâneas julguem a resistência do passado de forma anacrônica, ou seja, aplicando suas próprias mentalidades e valores atuais aos eventos históricos. No entanto, esse é um erro comum cometido por quem interpreta fatos do passado e pode levar a equívocos e falta de compreensão. É preciso compreender os desafios que eles enfrentaram e a evolução que a música experimentou ao longo dos séculos.

Mas com o tempo, a emancipação da música tornou-se uma possibilidade real. Beethoven, por exemplo, levou sete anos para compor a obra-prima da humanidade, a Nona Sinfonia, que possui pelo menos 24 instrumentos fazendo coisas diferentes durante seus 80 minutos de duração, quando já se encontrava surdo. Se ele não conseguia ouvir, então como ele conseguiu compor a obra-prima da humanidade? 

Olha o que ele escreveu para seus irmãos quando ele ainda nem tinha composta a sinfonia nº 3:

“Quando por vezes tentei esquecer tudo isso, ó, quão duramente eu fui repelido pela experiência duplamente triste de minha má audição, e ainda assim era impossível eu dizer aos homens que falassem mais alto, gritassem, pois eu sou surdo. Ah, como eu poderia admitir uma tal enfermidade precisamente no sentido que deveria ser mais perfeito em mim do que nos outros, um sentido que um dia eu possui na sua mais alta perfeição, uma perfeição tal que seguramente poucos em minha profissão gozam ou gozaram.”

Em vez de cair em depressão, desistir da música e de tudo, ele fez exatamente o oposto. Ele não deu ouvidos às críticas e sua produção musical aumentou absurdamente, incluindo mais 7 sinfonias. 

Como ele criou sua nona e última sinfonia, especificamente, é porque ele é o maior gênio musical de todos os tempos, mas como ele a criou quando já se encontrava surdo, a resposta estará neste vídeo.

Que tal experimentar passar um dia sem ouvir música para absorver o que estou dizendo? Você terá que isolar sua casa de sons externos, desligar a internet e a TV (já que raramente encontramos um filme que mantenha sua beleza sem trilha sonora). Mesmo neste vídeo, sinto a necessidade de colocar uma música de fundo, pois a música se tornou tão abundante em nossas vidas que nos tornamos dependentes dela. Colocamos uma música e mal prestamos atenção nela (qualquer músico de bar pode confirmar isso). Se a música fosse algo escasso, não perderíamos nem uma única nota. A superexposição à música nos vicia, mas também nos priva de ouvir música mais profundas, pois nos dessensibiliza e suga nossa energia para ouvir músicas mais complexas. É como comer muitos doces e depois achar a carne nobre menos atraente - é apenas porque você encheu a barriga de besteiras e perdeu o interesse pelo melhor. Foi com essa "reeducação alimentar" que comecei a entender e admirar a música dos grandes compositores, que são pouco ouvidos pelas pessoas, apesar de muito elogiados por elas, que muitas vezes apenas querem parecer intelectuais. Não estou sugerindo excluir os doces (músicas mais simples), mas consumi-los com moderação e reconhecer que eles não nos nutrem, apesar de saciar nossa vontade por um sabor específico. Devemos também valorizar o silêncio, que pode manter nossa vontade por música quando finalmente ouvirmos algo mais profundo.

Até este momento, abordamos temas como memória e silêncio, porém, agora vamos explorar como a música se desenvolveu desde as primeiras tentativas de registro até o seu sucesso total. Esse será o principal assunto deste vídeo.

É interessante notar que os sumérios, por volta de 2000 a.C., já haviam começado a registrar em escrita cuneiforme instruções para afinação de uma lira de 9 cordas. Aqui, vale a pena analisar cada elemento dessa frase que acabo de dizer: os sumérios, a lira e a escrita cuneiforme.

A civilização suméria é uma das mais antigas do mundo, tendo surgido na idade da pedra e durado aproximadamente entre 4500 a 1900 a.C. Localizada no sul da Mesopotâmia, atual sul do Iraque, essa cultura deixou uma importante contribuição para a história da música: a "Lira de Ur", o instrumento de corda mais antigo que temos conhecimento, há pelo menos 4500 anos.

Arqueólogos descobriram, em 1929, peças de três liras na Antiga Mesopotâmia, encontradas no Cemitério Real de Ur. O Museu Britânico é o lar de duas dessas liras: a Lira de Prata e a Lira da Rainha, esta última encontrada no túmulo da Rainha Puabi. Ambas as liras têm cerca de um metro de altura e representam uma importante peça na história da música.

Não deixe de conferir a réplica da Lira de Prata e se encantar com o belíssimo timbre produzido por esse instrumento de cordas tão antigo. Repare também no importante papel que a caixa de ressonância desempenha na produção do som. (veja o vídeo no Youtube https://youtu.be/Su1P4cTNFAc)

A escrita cuneiforme é uma das formas de escrita mais antigas que conhecemos, e é um dos muitos legados deixados pelos Sumérios, juntamente com a invenção da roda. Essa escrita era realizada por meio do uso de objetos em formato de cunha, que eram utilizados para fazer inscrições em placas de argila. Se você ficou curioso para saber como funcionava esse processo de escrita, confira o vídeo a seguir.

Em 1950, vários escritos musicais foram encontrados, mas apenas um fragmento sobreviveu em condições que permitiram sua reconstrução. Esse fragmento foi batizado de Hino Hurrita N°6, dedicado à deusa dos pomares, Nikkal. No entanto, somente em 1972, Anne Kilmer conseguiu decifrar a notação musical. 

Curiosamente, em vez de indicar as notas, a notação indicava onde tocar no instrumento, como as tablaturas que os guitarristas adoram. Para ilustrar a diferença com exemplos atuais, imagine um mesmo trecho musical em partitura (que indica as notas) e em tablatura (que indica onde tocar no instrumento, indicando a corda e as casas do braço da guitarra, no caso). Essa descoberta revelou que a música mais antiga de que temos conhecimento é a canção Hurrita, que foi traduzida anos depois, e cuja letra mais ou menos diz:

“Eu fiz oferendas para a deusa

Que ela vai abrir seu coração com amor,

E que meus pecados serão perdoados.

Que meus frascos de óleo de gergelim doce a agradem,

Que ela possa nos olhar com benevolência,

E nos tornem frutíferos.

Como os campos de grãos germinando,

Que as mulheres tenham com seus maridos

E que aquelas que ainda são virgens

Um dia sejam abençoadas com filhos”.

A música mais antiga conhecida é o Hino Hurrita nº 6, que é basicamente uma súplica de uma jovem que deseja ter filhos, mas que acredita estar infértil devido a seus pecados e, portanto, faz oferendas à deusa e pede seu perdão. (veja o vídeo no Youtube https://youtu.be/Su1P4cTNFAc No final deste vídeo, apresentarei uma adaptação moderna para piano desta música e o link para a versão completa original estará na descrição.)

Lembra daquele assunto que abordamos sobre os sumérios que, em 2000 a.C, deixaram instruções em escrita cuneiforme para afinação de uma lira de 9 cordas? Pois é, mostrei a notação cuneiforme, a lira e até mesmo uma reprodução de um fragmento encontrado. No entanto, essa ideia não vingou porque a notação distinguia apenas as cordas da lira, não as notas musicais. Portanto, é pouco provável que a versão original do Hino Hurrita soasse exatamente como a que mostrei. Afinal, para que uma música seja reproduzida exatamente como o compositor quer, é necessário que a notação musical indique não só as notas, mas também o ritmo, a duração das notas, as pausas e outros elementos dinâmicos, como velocidade e intensidade.

Em 1883, um túmulo feminino na antiga cidade grega de Tralles, hoje parte da Turquia, revelou uma descoberta notável: a primeira notação completa de uma música (situada entre século I e II aC.) . Uma coluna de mármore encontrada no túmulo continha não apenas a notação musical, mas também a letra e comentários. Conhecido como "epitáfio de Seikilos", os pesquisadores acreditam que seja uma dedicatória de Seikilos à sua amada e falecida esposa Euterpe. Sim, um epitáfio pode ser uma composição musical, e essa descoberta ofereceu um vislumbre fascinante da música e cultura da Grécia antiga.

Talvez você não tenha percebido, mas eu costumo falar sobre música e letra como coisas distintas. No YouTube, vejo muitas pessoas supostamente analisando determinada música em seus vídeos, mas, quando assisto, percebo que estão falando sobre a letra e a história que inspirou o compositor a escrevê-la. A música, na verdade, é composta principalmente de melodia, ritmo e harmonia. Já as palavras que acompanham esses elementos são a letra. Talvez você não curta música sem letra (também conhecida como música instrumental - um termo pleonástico, uma vez que toda música é instrumental, inclusive aquela que utiliza apenas as cordas vocais como instrumento), mas mesmo não gostando de café sem açúcar, é importante entender que café e açúcar são coisas diferentes. Se você só gosta de música pela letra, pode ser que o que gosta seja do açúcar e não do café em si. Entende o que quero dizer?

Na verdade, quando quis me aprofundar na análise das letras das músicas de Elomar (e fiz isso no segundo vídeo do meu canal), eu me baseei em uma obra escrita por uma mulher formada em Letras, não em música, uma vez que ela analisava o sentido das palavras, das frases e do contexto. Já quando quis me aprofundar nas músicas de Elomar, eu li uma dissertação de mestrado escrita por um homem formado em Música, que analisava as escalas, os temas musicais, o ritmo, e outros aspectos técnicos. É importante não confundir café com açúcar. Você pode gostar deles misturados, mas isso não muda o fato de que são coisas diferentes. Além disso, um bom produtor de café pode não ser um bom produtor de cana-de-açúcar, e vice-versa. Há músicas excelentes com letras de gosto duvidoso e vice-versa.

Já viu aquele filme bobo de comédia romântica chamado "Letra e Música"? Apesar de ser uma história simples, ele pode ser útil para te ajudar a entender a diferença entre a letra e a música. O filme é estrelado pela menina que fez o ET e as Panteras e pelo cara que fez pelo menos quatro casamentos. Se você gosta de um pouco mais de açúcar no café, eu recomendo, pois este filme é bem açucarado.

Retomando o assunto do "Epitáfio de Seikilos"... O túmulo de Euterpe, como mencionei anteriormente, apresentava uma coluna de mármore contendo tanto a letra quanto a música. Essa é considerada a mais antiga música grega da qual temos acesso, mas sabemos que existiam outras ainda mais antigas. Afinal, até mesmo a Ilíada e a Odisseia de Homero eram poesias que eram cantadas.

Além da letra e da música, o epitáfio trazia uma dedicatória e uma indicação:

“De Seikilos a Euterpe” e a indicação que dizia: “Eu sou uma lápide, uma imagem. Seikilos me colocou aqui como um sinal duradouro da lembrança imortal”. 

É um lamento pela morte de um ente querido, mas, ao mesmo tempo, há uma postura positiva sobre a vida.

“Enquanto viveres, brilha.

De todo não te aflijas,

Pois curta é a vida

E o tempo cobra seu tributo.”

Confira um trecho da adaptação desta antiga canção. Para ouvir a versão completa, basta conferir o link na descrição do vídeo. (veja o vídeo no Youtube https://youtu.be/Su1P4cTNFAc)

A notação musical grega, assim como as escritas cuneiformes dos sumérios, não obteve sucesso. As limitações eram muitas, como a métrica dos versos que determinava a duração das notas. Decifrar a música original sem ouvi-la antes era um desafio e tanto.

De acordo com Jean-Yves Bosseur, a notação musical no Ocidente teve sua origem na Grécia. Ela era essencialmente alfabética, ou seja, as notas das escalas eram associadas às letras do alfabeto. Mas a associação ao nosso alfabeto só aconteceria muito depois.

Foi o papa Gregório I (590 a 604 d.C) quem, buscando unificar a prática litúrgica, criou regras para o cantochão, que ficou conhecido como canto gregoriano em sua homenagem. Mas como tornar possível essa unificação se a transmissão oral ainda era tão dependente, já que a escrita era tão rudimentar?

O Bispo Isidoro de Sevilha, que viveu na mesma época do Papa Gregório, certa vez proferiu uma frase memorável:

“Se os sons não são guardados pela memória dos cantores, eles se perdem, porque não podemos escrevê-los”.

No século 9 d.C, os monges católicos que cantavam o canto gregoriano deram o primeiro passo em direção à notação musical moderna, criando o neuma. Apesar de inovadora, essa notação tinha suas limitações, pois apenas indicava se a melodia deveria variar para uma nota mais aguda ou mais grave. Como resultado, as melodias eram simples, cantadas sem acompanhamento, com ritmo livre e pouco mais do que uma nota sustentada em um órgão. Com o tempo, as linhas foram adicionadas para indicar quantas notas para cima ou para baixo, mas ainda faltava muito para que a notação musical se tornasse completa.

Aqui está um exemplo do canto gregoriano composto por São Tuotilo, um monge irlandês. Ao ouvir a música, você também pode ver a notação musical correspondente, com o texto em latim e a neuma acima. (veja o vídeo no Youtube https://youtu.be/Su1P4cTNFAc)

Tradução: “Hoje devemos cantar sobre uma Criança, que o Pai inefável gerou antes dos tempos, e a Mãe ilustre A gerou no tempo.”

Embora seja um assunto controverso, há quem defenda que a palavra neuma significa "gesto" ou "sinal", associado a uma prática de canto bizantino em que o líder do coro fazia gestos para indicar uma elevação ou queda na melodia. Dessa forma, o neuma escrito era um registro que representava esses gestos do líder do coro. Recentemente, um experimento fascinante me lembrou do neuma, pois um maestro fez com que toda a plateia improvisasse um canto, guiando-os com seus gestos para subir ou descer as notas na escala. É algo incrível de ver e ouvir! O maestro começa com uma nota (o que também me remete ao canto gregoriano, que tinha uma nota sustentada para colocar os cantores na mesma sintonia): (veja o vídeo no Youtube https://youtu.be/Su1P4cTNFAc)

Deixarei o link do vídeo completo na descrição do vídeo.

Lembra da notação musical alfabética que herdamos da Grécia? Pois bem, em 935 d.C, Odo de Cluny escreveu o primeiro livro atribuindo notas musicais às letras de A a G, uma evolução importante na história da música. Para quem toca violão popular, através de cifras, essa informação pode fazer muito sentido.

No entanto, mesmo com essa inovação, havia ainda uma grande distância entre os teóricos da música e os praticantes, como os cantores. Foi nesse contexto que o monge italiano Guido d’Arezzo (992 - 1050 d.C) afirmou:

“Entre os músicos (ocorrendo neste caso, os teóricos) e os cantores, a distância é enorme: estes dizem, e aqueles sabem o que é a música. Aquele que faz o que não sabe pode considerar-se uma besta”.

A história da notação musical é fascinante e cheia de curiosidades. Guido d’Arezzo, monge italiano do século XI, é um personagem fundamental nessa história. Foi ele quem desenvolveu a partitura que usamos até hoje e batizou as notas musicais com os nomes que conhecemos.

Guido defendeu a importância das linhas horizontais para identificação precisa das notas musicais e convenceu o Papa João XIX sobre sua importância. Ele acreditava que a partir de agora seria finalmente possível ensinar uma melodia a partir da própria notação musical. Essa foi uma grande mudança, já que a memória deixou de ser o principal gravador de músicas e a escrita se tornou a chave da futura libertação da música como arte autônoma e a possibilidade de desenvolver-se plenamente.

Quando Guido criou a partitura que conhecemos, ela tinha apenas 4 linhas, o que a tornava um tetragrama, e a notação era quadrada. Com o tempo, essa partitura foi evoluindo e se tornou o sistema de cinco linhas que usamos hoje em dia. É incrível pensar que uma simples inovação como essa revolucionou a maneira como a música era escrita e ensinada, e abriu as portas para um novo mundo de possibilidades musicais.

Na partitura que usamos atualmente, cada linha e espaço corresponde a uma nota específica e a clave é responsável por indicar a nota de referência para as outras. Sem ela, seria impossível saber qual nota está grafada na partitura. A função da clave é essencial para que possamos deduzir as notas que estão sendo tocadas a partir da referência dada.

Voltando ao tetragrama de Guido, a clave de Fá é representada por um F estilizado, que indica onde está a nota Fá na partitura. Isso é importante porque a partir daí é possível encontrar todas as outras notas. O Fá está posicionado entre as duas linhas horizontais que formam a letra F.

A sequência das 7 notas conhecidas por todos é Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si. Sabendo essa sequência e a posição da clave de Fá, é possível identificar as outras notas na partitura. (veja o vídeo no Youtube https://youtu.be/Su1P4cTNFAc)

Com essas informações, você acaba de dar o primeiro passo na alfabetização musical. É claro que há muito mais a aprender, como a duração das notas e as pausas, mas é um grande começo. Assim como o aprendizado do alfabeto não faz de alguém um leitor fluente, a compreensão básica das notas não faz de alguém um músico habilidoso, mas é um passo importante no caminho.

Vou te dar uma outra dica: reparou que às vezes tem duas notas escritas uma em cima da outra? Pois é, isso significa que as duas notas devem ser tocadas ou cantadas ao mesmo tempo. E será o primeiro sinal concreto da evolução da música, mas isso será discutido em outro episódio.

Agora que você aprendeu o básico da leitura de partitura, pode estar se perguntando de onde vieram os nomes das notas. Como eu já mencionei, esses nomes foram criados por Guido, mas ele se inspirou em um canto de um outro monge beneditino chamado Paulo Diaconus. Esse canto é um hino católico dedicado a São João Batista, que é conhecido por ter batizado Jesus de Nazaré.

(música)

(Ut) queant laxis (Re)sonare fibris

Para que teus servos possam ressoar claramente

(Mi)ra gestorum (Fa)muli tuorum,

a maravilha dos teus feitos

(Sol)ve polluti (Lá)biis reatum,

limpe nossos lábios impuros

(S)ancte (J)oannes 

ó São João

No link na descrição deste vídeo você poderá conferir a música completa com letra e tradução. Porém, o trecho que apresentei é exatamente o que nos interessa agora e tanto as notas quanto a letra serão importantes para a história que estou contando.

Acredita-se que Guido tenha escolhido este canto específico porque o início de cada verso da letra era cantado por uma nota mais próxima acima da nota que iniciou a frase anterior, o que foi fundamental para a criação da notação musical que conhecemos hoje.

E voltando à partitura que mostrei anteriormente, observe que no início de cada verso é exatamente como descrevi: o primeiro verso começa do primeiro espaço, o segundo verso sobe para a linha acima, depois para o espaço acima, a linha acima, espaço acima e assim por diante. Em outras palavras, o início de cada verso forma uma sequência ascendente.

Para facilitar a análise das notas musicais, vamos cortar a música e focar apenas nas primeiras notas de cada verso. Observe como fica: (veja o vídeo no Youtube https://youtu.be/Su1P4cTNFAc)

Além disso, podemos analisar a letra da primeira estrofe e as primeiras sílabas de cada verso para entender melhor a origem dos nomes das notas. Foi assim que Guido chegou a seis nomes: Ut, Ré, Mi, Fá, Sol e Lá. Perceba que, inicialmente, Ut era considerada a primeira nota e a sétima ainda não tinha um nome definido. Mas em breve vamos falar sobre como isso mudou.

Ao longo dos anos, foram utilizadas várias convenções para representar as notas musicais, até chegarmos à convenção atual que é atribuir as letras A, B, C, D, E, F, G às notas Lá, Si, Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, respectivamente. Vale lembrar que o uso de letras para representar as notas musicais vem desde os tempos dos gregos e foi adaptado ao alfabeto latino, que é o mais utilizado no mundo, em idiomas como inglês, português e alemão. Essa convenção é a que é utilizada até hoje e que nos permite ler e escrever partituras na maior parte do mundo.

A mudança de Ut para Dó ocorreu no século XVI, muito tempo depois de Guido, e foi motivada pela dificuldade de solfejar a nota. Solfejar significa vocalizar a nota pronunciando seu nome. O responsável pela mudança foi o advogado e musicólogo Giovanni Battista Doni, que, como o nome sugere, era italiano. Embora Guido tenha se inspirado na letra do Hino a São João Batista para dar nome às notas musicais, Doni se inspirou na palavra Dominus, que naquela época era atribuída à divindade "Senhor". No entanto, há quem diga que Doni teve outra fonte de inspiração.

Com o avanço da música e da teoria musical no século XVII, durante a era barroca, começaram a perceber que havia uma nota acima do Lá que não era o próximo Dó. Foi então que alguém voltou ao Hino de João Batista para nomear a sétima nota, usando as iniciais do último verso da primeira estrofe.

(veja o vídeo no Youtube https://youtu.be/Su1P4cTNFAc)

Você já se perguntou por que o nome da nota musical Si se escreve com as letras S e J? A resposta está na história das línguas: originalmente, a letra J, ou iota, era um “i”, com a mesma pronúncia da conhecida vogal. Com o tempo, a cauda foi acrescentada para diferenciá-la visualmente da vogal, mas só depois é que a letra passou a ter a sonoridade que conhecemos. Eu descobri essa curiosidade na página "Nomes Científicos", uma das minhas favoritas no Instagram. Se você quiser saber mais sobre esta página, deixarei o link na descrição. Portanto, ficou claro como “SJ” era lido com o mesmo fonema de “SI”.

Desde que me entendo por gente, um filme que assistia incansavelmente com meu pai era "Sound of Music" (“A Noviça Rebelde” aqui no Brasil), ganhador de cinco prêmios Oscar em 1965, incluindo melhor filme e trilha sonora, protagonizado pela incrível Julie Andrews, que hoje tem 87 anos. Uma das cenas mais marcantes do filme era quando ela ensinava os filhos do Capitão George as sete notas musicais, por meio de uma música com uma letra repleta de trocadilhos. No entanto, mesmo após assistir inúmeras vezes, eu não havia notado um detalhe fundamental na legenda em português: a pronúncia da sétima nota.

Ao assistir o filme pela milésima vez já adulto, finalmente percebi que a sétima nota era pronunciada como Ti, e não Si, como estava na legenda, pois o “Ti” seria fundamental para o trocadilho da letra da música. Na verdade, a educadora musical inglesa Sarah Glover havia feito essa mudança no século XIX para que todas as notas fossem anotadas com a primeira letra de cada nota, uma vez que a nota Sol já havia ocupado a cota do S, alterou o “Si” para “Ti”. O trocadilho da cena era com a palavra chá, em inglês tea, que se assemelhava a ti. Isso explica por que alguns países ainda chamam a nota de Ti e não Si.

(veja o vídeo no Youtube https://youtu.be/Su1P4cTNFAc)

Vocês notaram que a música do filme tem uma característica em comum com o Hino de São João Batista? Cada verso da música é iniciado por uma nota musical, começando da dó e terminando na si, assim como acontece no hino.

Desde a música barroca, a notação musical se tornou uma obsessão pela busca da perfeição. Com a imprensa, as editoras publicavam as partituras das músicas, assim como as gravadoras fazem atualmente com CDs e álbuns nos streaming de música. Se você é apreciador de música erudita, já deve ter visto que muitas são nomeadas com a expressão "op. 1, op. 2 e assim por diante". "Op" é a abreviação de "opus", que significa "obra", e é o equivalente ao álbum musical hoje em dia. As primeiras sonatas de Beethoven, por exemplo, foram publicadas em seu Opus 2, como se fosse em seu segundo álbum.

Agora que você tem esses elementos, podemos entender como Beethoven conseguiu compor mesmo estando surdo. Compor exatamente aquelas músicas, uma habilidade singular e única no mundo, e todos queremos saber como ele fazia isso. Mas compor música após perder a audição não é tão incomum para um profissional. Afinal, o som não precisa ser ouvido materialmente - pode ser criado na mente e transferido diretamente para a partitura, assim como você conseguiria escrever um livro sem precisar ouvir materialmente as palavras, ou seja, da sua mente para o papel. Se você é capaz de compor e escrever partituras (lembrando que, na época de Beethoven, as partituras já tinham elementos suficientes para transpor a ideia para o papel), a falta de audição é apenas um grande obstáculo, mas não um impedimento.

Às vezes, penso em como Beethoven não pôde experimentar a mesma emoção que eu senti ao ouvir sua Nona Sinfonia. Ele só a ouviu em sua mente. Apesar de ter "regido" a estreia da Nona Sinfonia, em 7 de maio de 1824, ele não conseguiu ouvir a execução nem o aplauso do público, nem mesmo o frenético aplauso. Tanto que sua regência durante a execução foi apenas simbólica, pois era um amigo músico que fazia assistência para ele. Foi um momento histórico, mas Beethoven teve que experimentá-lo sem o sentido da audição.

(veja o vídeo no Youtube https://youtu.be/Su1P4cTNFAc)

Apesar de a partitura ainda ser importante para os músicos, ela acabou perdendo espaço para uma invenção revolucionária: a capacidade de gravar e reproduzir o som das músicas. Essa mudança teve início com a invenção do fonógrafo pelo famoso americano Thomas Edison, em 1877. Embora a sonoridade fosse bastante rudimentar no começo, é possível comparar essa sensação com aquela que tínhamos na infância, quando falávamos maravilhados sobre as imagens super realistas do Playstation 1.

Vamos começar a explorar as 5 músicas mais antigas gravadas do mundo.

Em quinto lugar, encontramos a música "The Last Castrato" gravada em 1902. O nome já indica que essa gravação é de um dos últimos castrati, antes que a prática fosse proibida. Sim, você leu certo. Para manter a voz de um jovem, mas com a potência de um adulto, cantores masculinos eram castrados antes dos 10 anos de idade. Hoje, a prática é proibida por motivos musicais, mas infelizmente ainda existem casos semelhantes envolvendo crianças, por motivos ideológicos, inclusive com o apoio do Estado, juristas e artistas. No entanto, isso não é o foco deste vídeo. Agora, vamos ouvir um trecho do último castrati, Alessandro Moreschi.

(veja o vídeo no Youtube https://youtu.be/Su1P4cTNFAc)

Em quarto lugar da lista das músicas mais antigas gravadas do mundo, temos um verdadeiro gênio da música erudita: Brahms. Se a oportunidade de ouvir as músicas de Beethoven só foi possível graças às suas partituras, essa gravação nos permite ouvir o próprio Brahms executando sua Dança Húngara n.1, em 1889. Embora a qualidade da gravação não seja a melhor, isso não diminui em nada a grandeza da composição. Tenho certeza de que você será capaz de contemplar essa preciosidade histórica.

Para aqueles que talvez não tenham compreendido a importância desse registro, confira uma interpretação mais recente dessa belíssima canção.

(veja o vídeo no Youtube https://youtu.be/Su1P4cTNFAc)

Em terceiro lugar das músicas gravadas mais antigas, temos a Romance op. 50 de Beethoven, que como já adiantei, não poderia ter sido executada por ele. Mas há algo interessante a dizer sobre esta gravação de 1889: na época, algumas pessoas que conheciam pessoalmente o próprio Beethoven ainda eram vivas, mesmo que ele tivesse falecido 60 anos antes. Embora a qualidade da gravação seja precária, é emocionante pensar que temos acesso a algo tão próximo da fonte original. Convido você a ouvir essa gravação antiga e, em seguida, uma versão mais recente da mesma peça para perceber as diferenças sonoras.

(veja o vídeo no Youtube https://youtu.be/Su1P4cTNFAc)

Em segundo lugar das músicas gravadas mais antigas, temos uma composição emocionante de Artur Sullivan, feita para seu irmão que estava prestes a falecer: "The Lost Chord", de 1888.

Confira a versão mais recente desta bela música:

(veja o vídeo no Youtube https://youtu.be/Su1P4cTNFAc)

Mas antes de revelarmos a primeira posição, vale a pena conferir a voz do próprio Thomas Edison recitando, em 1887, a conhecida canção infantil "Mary had a little lamb":

(veja o vídeo no Youtube https://youtu.be/Su1P4cTNFAc)

Finalmente, em primeiro lugar das músicas gravadas mais antigas, temos uma descoberta que só aconteceu em 2007: uma música gravada em 1860 em um fonoautógrafo, um gravador que tinha uma pequena limitação, não possuía o recurso de reprodução (daí a explicação porque só a futura invenção de Thomas Edison é a que revolucionou). Afinal, um gravador que tem o REC mas não tem o PLAY não teria, mesmo,  muito futuro. Essa descoberta dos americanos com a ajuda da tecnologia atual nos permitiu finalmente ouvir a música “Au Clair de la Lune” (À luz do luar), uma tradicional música francesa do século XVIII. No entanto, se você estiver assistindo este vídeo de madrugada, prepare-se, pois a qualidade da gravação pode ser um pouco sinistra. 

Mas para te ajudar a ter bons sonhos, confira uma versão do canal "Os amiguinhos".

(veja o vídeo no Youtube https://youtu.be/Su1P4cTNFAc)

Você pode estar se perguntando: qual foi a primeira música gravada no Brasil? Bem, temos a resposta! Trata-se de uma música do estilo Lundu, composta pelo compositor Xisto de Paula Bahia, nascido em Salvador. Ele a escreveu aos 17 anos, em 1857, e a música é intitulada "Iaiá, você quer morrer?".

Se você assistiu ao vídeo por completo, já deve ter entendido por que a pronúncia correta não é “jajá”, mas sim “iaiá”. Ocorre que a música acabou ficando famosa por causa do seu refrão chiclete: “Isto é bom”. Acabou se tornando o novo nome da música. É o mesmo fenômeno quando eu pedia pra tocar “Diz pra eu ficar muda” do Kid Abelha, mas a música se chama “Como eu quero”. Se bem que, parando pra pensar, eu chamo como eu quero, mesmo. 

Enfim, Fred Figner, nascido na Boêmia (atual República Tcheca), foi o responsável por trazer a invenção de Thomas Edison para o Brasil. Em 1902, ele gravou a música “Isto é bom” com o cantor Manuel Pedro dos Santos, mais conhecido como Baiano - seu apelido é óbvio, já que nasceu em Santo Amaro. E aí vai uma curiosidade: você sabia que outro cantor famoso ainda vivo também nasceu em Santo Amaro? E se não souber…

(veja o vídeo no Youtube https://youtu.be/Su1P4cTNFAc)

O primeiro samba gravado também foi feita pelo Baiano. “A viola está magoada” em 1913 e “Pelo telefone” em 1916.

Na mesma época das gravações mencionadas, surgiu outra invenção que se espalhou rapidamente pelo mundo: o rádio. Agora, não só as músicas podiam ser gravadas e reproduzidas, mas também poderiam ser ouvidas em vários lugares simultaneamente. Com o tempo, a televisão, os discos, os CDs e, mais recentemente, os serviços de streaming, permitiram que a música fosse reproduzida em alta qualidade, sem a presença de um músico ao vivo. Isso significa que você pode ouvir a música quantas vezes quiser, onde quiser e até mesmo no espaço! Por falar nisso, a NASA enviou uma música dos Beatles para a estrela Polaris há alguns anos, e ela continuará viajando pelo universo pelos próximos 431 anos. Então, podemos dizer que a música nunca esteve tão presente e acessível como hoje em dia!

Com a gravação, reprodução e transmissão sonora, deixamos para trás o problema da escassez e nos afundamos na overdose musical. Se antes estávamos no deserto, buscando por um pouco de água, agora precisamos aprender a nadar para não nos afogarmos na abundância de música. A sede se transformou em risco de afogamento.

Este canal tem como proposta te ajudar a nadar com segurança nessa enxurrada de música que temos disponível. Se você deseja aprender, por livre e espontânea vontade, será muito bem-vindo. Vale lembrar que estes vídeos não refletem apenas o conhecimento que eu adquiri ao longo do tempo, mas também são fruto de pesquisas recentes. A ideia aqui é aprendermos juntos, sem a necessidade de reinventar a roda. Tudo o que precisamos é ter interesse em sair da mesmice e mergulhar no vasto conhecimento acumulado pela humanidade.

Chegamos ao final deste vídeo repleto de informações e curiosidades sobre música. Espero que você tenha gostado tanto quanto eu em compartilhar esse conhecimento. Não esqueça de curtir, comentar e compartilhar com seus amigos músicos que sempre animam os encontros com seus violões. Ou quem sabe, compartilhe uma curiosidade aprendida aqui como quem não quer nada, e quando seus amigos perguntarem onde você aprendeu, você pode indicar este canal incrível.

E caso não tenha gostado, não se preocupe! Deixe sua opinião nos comentários para aumentar o engajamento. Estou disposto a responder com o mesmo objetivo. Compartilhe com seu amigo guitarrista para que ele possa procurar os erros do solo que eu toquei no início do vídeo. Tenho certeza de que ele vai adorar encontrar os problemas e deixar comentários. Isso só ajuda a melhorar o canal para todos nós!

A fonte de toda a pesquisa realizada está na descrição do vídeo, assim como o link para a versão escrita de tudo que foi dito aqui.

Enquanto não sai o próximo vídeo, nos vemos no instagram e twitter (@roderictus).

Um forte abraço!

FONTES:

LIVROS:

1 - SOPRO DAS MUSAS: Fundamentos filosóficos da música:

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2 - O LIVRO DA MÚSICA CLÁSSICA:

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3 - DO SOM AO SINAL: História da notação musical

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4 -  UM ENSAIO SOBRE A HISTÓRIA DA TEORIA MUSICAL:

https://amzn.to/3Hk2d4I

Instagram da página “NOMES CIENTÍFICOS”:

https://www.instagram.com/p/ChSHpajsIew/?igshid=YmMyMTA2M2Y=

OUTRAS FONTES SOBRE A MÚSICA SUMÉRIA (LIRA DE UR E HINO HURRITA)

https://www.britishmuseum.org/ (imagens)

https://www.youtube.com/watch?v=JU4QRxsZhjg (demonstração da lira de ur)

https://apaixonadosporhistoria.com.br/artigo/60/leonard-woolley-e-os-achados-do-cemiterio-real-de-ur

https://history.uol.com.br/historia-geral/ouca-musica-mais-antiga-do-mundo-e-conheca-incrivel-historia-por-tras-dela

https://www.youtube.com/watch?v=1Tn9x-IDYcY (versão moderna de h6)

SOBRE EPITÁFIO DE SEIKILOS

https://youtu.be/y9fuWhuzcjo (epitáfio de seikilos)

CANTO GREGORIANO À PARTITURA

https://www.youtube.com/watch?v=5Q0TMbdamqs (canto gregoriano)

https://www.youtube.com/watch?v=OPtM9PByK_4 (harmonizando audiência)

https://www.youtube.com/watch?v=j4pfPI0Dtt0 (hino com letra e tradução)

https://www.wqxr.org/story/whats-deal-with-do-re-mi-story-solfege/ (sobre o ti)

AS PRIMEIRAS MÚSICAS GRAVADAS:

https://www.catawiki.com/pt/stories/4945-as-5-musicas-gravadas-mais-antigas-do-mundo

https://www.youtube.com/watch?v=KLjvfqnD0ws (5)

https://www.youtube.com/watch?v=BZXL3I7GPCY (4)

https://www.youtube.com/watch?v=YFRFgRm1BYE (4-1)

https://www.youtube.com/watch?v=CHYDBe-8jRM (3)

https://www.youtube.com/watch?v=InttYo2Ypk8 (3-1)

https://www.youtube.com/watch?v=Ir58Taq0xoM (2)

https://www.youtube.com/watch?v=wWs00vJYxKI  (2-1)

https://www.youtube.com/watch?v=znKNQXo58pE (1)

https://www.youtube.com/watch?v=E53N-fb3lRE (1-1)

https://www.youtube.com/watch?v=MINtQij5oLI (br ba)

https://www.jpl.nasa.gov/news/nasa-and-the-beatles-celebrate-anniversaries-by-beaming-song-across-the-universe-into-deep-space